domingo, 19 de abril de 2015

MOÇAMBICANOS VÍTIMAS DE XENOFOBIA NA RAS: Descoberto mais um centro

























UM quarto centro com pouco mais de 200 moçambicanos vítimas de ataques xenófobos foi descoberto num dos bairros de Durban, na África do Sul.

A informação foi revelada ontem ao nosso Jornal pelo Embaixador moçambicano na RAS, Fernando Fazenda, tendo sublinhado que primeiro as vítimas pediram refúgio numa esquadra e depois foram conduzidas ao referido centro de acolhimento. Trata-se do quarto centro descoberto e com moçambicanos, depois de Isipingo, Chatsworth e Greewood Park. Com esta descoberta, sobe para mais de 600 o número de moçambicanos vítimas dos actos de xenofobia que assola a RAS desde o início do mês.

O embaixador Fernando Fazenda explicou que uma das grandes prioridades neste momento, a par do repatriamento dos moçambicanos, é procurar localizar e socorrer mais compatriotas vítimas e que provavelmente estejam barricados nas suas casas ou instituições policiais, impossibilitados de sair ou circular de modo a aceder aos centros de acolhimento para serem alistados e repatriados. 

Aliás, o nosso entrevistado explicou que o processo de alistamento encontrado juntamente com as autoridades policiais sul-africanas para o repatriamento dos moçambicanos é o mais adequado neste momento porque as vítimas não têm passaportes ou outros documentos de viagem que os possam identificar.

“Assim, as pessoas primeiro são alistadas e depois tomam o transporte. Esta é a exigência da Polícia para que o trânsito nas diferentes fronteiras aconteça sem muitos problemas. Deste modo, o segundo grupo de moçambicanos vítimas de xenofobia só partirá amanhã, domingo, devendo usar a mesma via, ou seja, o território suázi até a fronteira de Goba. Estamos a falar do maior número de evacuados num dia, neste caso pouco mais de 200 concidadãos que deixarão Durban de volta para casa” – disse Fazenda. 

Entretanto, nas primeiras horas de ontem chegou ao país o primeiro grupo de 107 moçambicanos repatriados da RAS por causa da onda de violência xenófoba. O grupo foi acomodado no centro de trânsito de Boane, aberto para o efeito, tendo no final do dia partido para os seus pontos de origem.

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